Série - Casa de Avó




Domingos/ argamassa sobre tela/ 175 x 175 cm/ 2023
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Gosto de pensar sobre o peso psicológico que grupos exercem sobre indivíduos. Como seres coletivos, temos a necessidade de pertencimento. Nesse processo, percebemos subjetividades sendo moldadas por objetividades e objetivos. Ser sozinho é muito difícil, e esse medo da solidão nos impulsiona na busca por aceitação. Trata-se de um processo que afeta a todos nós.


Almoços olvidados/ argamassa sobre tela/ 160 x 200 cm/ 2024
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Vejo isso acontecendo à minha volta desde pequeno. Com o tempo, esse tema se tornou um ponto de interesse das minhas pinturas, tanto no caso das multidões como no de pequenos grupos, como família e amigos.





Jantar em Família/ argamassa sobre tela/ 110 x 160 cm/ 2023
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Na série Casa de Avó, pinto pequenos coletivos em torno de mesas fartamente servidas. São ceias, festas, almoços e jantares cristalizados em nossas memórias pela repetição. 



Banquete de Memórias/ argamassa sobre tela/ 200 x 320 cm/ 2024
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Toda memória é uma construção. A partir de fotos, desenhos de observação e lembranças pessoais, concretizo momentos que se repetem ao longo da vida e moldam o que somos.




A reunião 3/ argamassa sobre tela/ 20 x 30 cm/ 2023
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Para melhor expressar a brutalidade refinada que se esconde nessas situações, utilizo a argamassa pigmentada — um material da construção civil — de forma bruta. Sua característica arenosa e seca contrasta com as formas de objetos domésticos, louça e talheres. Sobreponho esses objetos desfigurando-os, uma pintura figural com partes eventualmente reconhecíveis.


Louça/ argamassa sobre tela/ 25 x 25 cm/ 2023
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Por meio de gestos, marcas e rastros criados por ferramentas de pedreiro, utensílios domésticos e de cozinha, camadas de matéria se acumulam e criam uma volumetria própria e escultural. 

Ceia de Memórias Cristalizadas/ argamassa sobre tela/ 200 x 175 cm/ 2024
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A palheta mais fechada contrasta cores rebaixadas, terrosas, quase uterinas com eventuais explosões cromáticas. Crio com essa ambiência uma sensação de acolhimento, proteção e pertencimento. A natureza morta aparece em espacialidades criadas por planos que se misturam com figuras simulando o interior de uma casa.




O pudim da Avó/ argamassa sobre tela/ 175 x 175 cm/ 2023
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Quase um gênero de pintura em si, a  referência às incontáveis versões da Última Ceia — de autores como Rubens, Caravaggio, Giotto, Da Vinci e Veronese — é inegável. É uma cena que acontece todos os dias em vários lugares e que nos faz lembrar da impermanência de tudo quando para de se repetir.


Domingos esquecidos/ argamassa sobre tela/ 130 x 147 cm/ 2023
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Natureza Morta

 

Coisas para quê?

Uma vida para adquirir 

Para depois perder. 


Algo de nós sobrevive.

Falsa tradição 

Substrato de ar respirado

.

O peso do grupo,

O peso de uma ópera

O peso social


Brutalidade refinada 

Argamassa pesada 

Pintura entulhada   

   



O peso do prato/ argamassa sobre tela/ 80 x 120 cm/. 2024
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